
Focus: aumento na projeção da Selic para 5,50% em 2021 e 6,13% em 2022
Assim começa a semana de 26 de Abril de 2021.
Para quem não conhece o Boletim Focus do Banco Central, ou simplesmente Focus, ele é um relatório semanal que traz as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores do país, a saber: IPCA (Inflação oficial), PIB, Câmbio e SELIC.
As projeções ali apresentadas são uma mediana das expectativas dos principais agentes do mercado – bancos, consultorias, corretoras.
O documento lembra uma espécie de bússola para grandes empresas e investidores e também para o próprio governo.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central, COPOM, por exemplo, costuma utilizar as informações do Focus para auxiliar na definição da taxa Selic nas reuniões do comitê.
Mas o foco de hoje não é o Focus, e sim, o PC.
PC?
Sim, o poder de compra da nossa moeda.
O que assusta (ou não) no título da matéria é a projeção crescente da inflação, de um ano para o outro e intra-ano (2020).
A trajetória ascendente desta curva do IPCA trará uma série de consequências para a economia e para as finanças como um todo.
Muitos economistas entendem que essa expectativa é o resultado natural de uma atividade reprimida nos diversos setores da economia por conta da Pandemia.
Nesse sentido, entendemos que a inflação virá mais pelo lado do custo, que subirá por conta da maior demanda, bem como pela maior demanda dos consumidores.
De qualquer forma, ao final, o poder de compra que eu tenho com uma nota de R$ 100,00, não será o mesmo daqui a um ano.
Breve, comprarei só R$ 94,00 com uma nota de Cemzinho.
Ou menos, na real.
MEU IPCA É DIFERENTE DO SEU
A taxa IPCA reflete o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, residentes em regiões metropolitanas e alguns municípios.
E reflete uma cesta de em torno de 450 produtos e serviços distintos.
O indicador tem como objetivo abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas no país – e é justamente por isso que é chamado de “amplo”.
São itens de alimentação, habitação, vestuário, saúde, transportes, entre outros.
Mas trazendo para o nível familiar (ou individual), cada um de nós possui sua própria “inflação”.
Esta se traduz no nosso custo de vida, que reflete a cesta de produtos que consumimos e o nosso padrão de vida.
E temos que concordar que cada um é cada um.
Portanto, o estilo de vida de uma família de alta renda e seu nível de consumo são diferentes de uma família de baixa renda.
Inflações diferentes. IPCAs mais distintos ainda.
PROTEJA O SEU PC
Não, não estou falando do seu computador pessoal, não é isso.
Entender o mecanismo da inflação e como ela “destrói” valor/poder de compra é o primeiro passo para cuidar do seu rico dinheirinho.
Existem diversos mecanismos financeiros disponíveis no mercado para que você possa se proteger dessa “corrosão”.
Talvez o mais conhecido seja através de investimentos no Tesouro Direto, nas antigas NTNs-B, ou Notas do Tesouro Nacional serie B, hoje também chamadas de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais.
E a NTN-B Principal, ou somente Tesouro IPCA+.
Esses dois títulos da dívida publica federal oferecem de remuneração aos investidores uma taxa prefixada mais a correção do capital investido pela inflação, durante o período que esse recurso estiver investido neste titulo.
Ou seja, seu rico dinheirinho não perderá seu Poder de Compra (PC).
Mas atenção aos detalhes: são títulos normalmente de vencimento muito longo, e que durante seu “prazo de vida” podem dar muitos sustos no investidor – se este tiver uma visão de curto prazo e ficar acompanhando todo dia.
ENTÃO, FICA A DICA
Dentro de um processo sério de alocação, com diversificação de classes de ativos, uma parcela do seu patrimônio, independente do tamanho que ele for, SEMPRE deve estar protegida da inflação e voltada para o Longo Prazo.
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