INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA OU MORTE, ou PAGUE-SE DEPOIS – PARTE I

Em meu artigo anterior – Doe Primeiro, pague-se depois– abordei a importância que os Papas da educação financeira dão a Doação, a materialização da Gratidão, como prática primeira e fundamental no processo de Riqueza e Prosperidade.

Comentei que devido ao que me parece ser um viés materialista e cético, praticamente não se fala sobre essa prática como a mais importante e fundamental.

 Pula-se essa etapa e vamos direto para cortar gastos e aprender a investir.

E um dia a casa cai mas você já pagou por isso.

Os 10% destinados a investir em você, o “pague-se depois”, é primeiramente, um exercício de autodisciplina.

Desenvolver esta habilidade interior é um processo que é facilitado quando você pratica o que chamei de Prioridade nº 0, a doação.

Não importa o montante, significa separar de imediato o valor e destinar para o seu plano. Sim, para isso, você ANTES precisa ter um plano claro do que fazer com esse recurso.

QUAL O SEU PROPÓSITO, SEU PLANO?

Antes de fazer um plano, antes mesmo de separar os 10%, você precisa ter claro, dentro de você, o PORQUE.

Qual a razão de estar fazendo isso? Mesmo que você saiba de cor, seu coração precisa ter aceitado.

Novamente, a prática da Prioridade nº 0 ajuda demais nisso.

Agora você consegue desenhar um plano de alocação dessas reservas e se comprometer com elas.

Vale lembrar que, os 10% é a sua meta. O seu esforço máximo. Mas se não estiver ao seu alcance, adapte à sua realidade e vá aumentando aos poucos.

Mas não perca a meta maior de vista.

A depender do montante envolvido, você pode direcionar para ativos financeiros e para ativos não-financeiros.

Importante é definir o montante, a data em que vai alocar essas reservas e onde irá alocá-las.

ONDE? ONDE??

Você já criou sua Reserva de Emergência? Se não, vai por mim, é aí o destino inicial de seus 10%.

Sua reserva de emergência tem a função primordial de garantir sua tranquilidade e paz de espírito. Preciso dizer mais?

Ok, você pode pensar nos diversos seguros que você paga. SEMPRE existirão situações não previstas.

A abordagem “clássica“ de uma reserva de emergência foca na constituição de um fundo que reúna ao menos 12 meses do seu equivalente mensal de custo de vida.

Some todos os seus gastos mensais, aluguel, condomínio, seguros, alimentação, transporte, saúde, roupas, impostos, adicione 15 a 20% a mais sobre o montante (pois sempre fica algum número de fora em nossas contas), e voilá, temos o custo de vida mensal.

Multiplique por 12.

Imagine que você perdeu sua fonte de renda hoje. Seu emprego. Por melhor que você seja, talvez você não consiga um novo, amanhã. Nem na semana que vem. Ou em 1 mês. 6 meses. Sabe lá.

A reserva de emergência te dará TEMPO. PAZ. FOCO para rever sua vida, suas prioridades.

E ajudar a readequar suas despesas, também.

SEM VOL

Volatilidade, ou Vol para os íntimos, é um termo técnico de finanças cada vez mais comum nas rodas de samba financeiras.

A Vol mostra o quanto oscila num período de tempo a rentabilidade de um ativo financeiro.

Ativos com alta vol, como ações de uma empresa cotada na Bolsa, tem maior vol do que um CDB de um banco.

Títulos de renda fixa costumam a ter menor VOL do que ações.

E por aí, vai.

Mas o ponto aqui é que, se você vai constituir uma reserva para eventuais emergências, você NÃO deve expor esse capital a riscos desnecessários.

E nesse sentido, buscar alternativas como títulos públicos federais de baixa VOL, como as LFTs, ou Tesouro SELIC, são uma alternativa interessante.

Fundos Referenciados DI ou renda fixa também podem ser excelentes opções.

Mas existe um outro fator tão importante quanto a rentabilidade para levar em consideração em sua decisão de alocação…

BEBO PORQUE É LÍQUIDO

Porque se for sólido você não vai conseguir transformar em dinheiro rápido para sanar sua emergência.

Brincadeiras à parte, o conceito de LIQUIDEZ é crucial para montar uma boa reserva de emergência.

Do que vale investimentos que rendem horrores, com baixa oscilação, se de repente você precisar resgatá-los e não conseguir??

Se sua preferência for por fundos de investimentos, que sejam fundos com prazo de resgate no chamado D0 (no mesmo dia do pedido do resgate do fundo).

Ou você pode montar um escalonamento de fundos com prazos de resgate um pouco maiores, por exemplo, D0 com D1, com D4.

Importante é olhar para sua reserva como um seguro, e não como um investimento.

Com a sua reserva de emergência finalizada, é hora de partir para constituir seus Ativos Geradores de Renda Passiva.

Mas isso é conversa para um próximo artigo…

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Sobre o Autor

ivanlvianna
ivanlvianna

Sou um carioca da clara, com 22 anos de Mercado Financeiro, que após 10 anos no Private do Banco do Brasil resolveu empreender no mundo privado vindo para o Private do Banco Safra. Com toda minha experiência e conhecimento técnico e académico, decidi ampliar minha gratidão à vida, doando tudo que sei e vivi através deste site, de minhas aulas de finanças e educação financeira, e mentoria/ planejamento financeiro.

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